Peter Troy morreu dia 29 de setembro, de uma embolia.
O australiano visitou mais de 130 países e foi o responsável pela descoberta de muitos picos de surf em volta do mundo.
Em 1964 ele chegou ao Rio de Janeiro e entrou para a história como o responsável pelo surgimento do surf moderno no Brasil.
Quando o australiano chegou ao Brasil o surf brasileiro ainda estava na idade da pedra, e os brasileiros surfavam de madeirite no pontão do Arpoador.
Peter Troy foi o responsável pelo sepultamento da era das madeirites no Brasil e pela entrada do surf brasileiro na era das pranchas de fibra e das manobras.
Em 1971, Peter apareceu no clássico 'Sea of Joy'. No filme, ele e seu compatriota Wayne Lynch surfam pela primeira vez as ondas de Tamarin Bay, nas ilhas Mauricios.
Em 1975, Peter descobriu as direitas de Lagundri bay, em Nias, na Indonésia, e se tornou o primeiro australiano a surfar na ilha de Sumatra. Em 1966 ele surfou pela primeira vez em Jeffreys Bay, na África do Sul.
Peter Troy apareceu no Arpoador em 1964 e mudou o curso do surf brasileiro. Depois de ver o australiano surfando, os surfistas brasileiros nunca mais foram os mesmos.
Na época, o surf estava engatinhando no Brasil. A maioria dos brasileiros ainda usavam as lendárias madeirites e precisavam da ajuda de pés de pato pra entrar nas ondas.
Numa época em que não existia revista de surf, nem intercâmbio entre os surfistas brasileiros e o resto do mundo, o aparecimento de alguém com a técnica e os conhecimentos de Peter Troy provocou uma revolução no surf brasileiro.
Segundo Arduino Colasanti e Mario Braçao, o surgimento do australiano no Rio de Janeiro foi um marco de mudança na história do surf no Brasil.
“ A gente pegava onda de madeirite e nunca tínhamos visto ninguém andar em cima da prancha. Uma vez de pé na prancha nenhum de nós fazia nada além de ir reto no corte. O Peter foi o primeiro surfista que eu vi andando sobre a prancha, indo até o bico e arriscando um hang five." Recorda-se Mario Bração.
Segundo Mario, a primeira vez que viu o australiano foi no Arpoaodor. “ Ele apareceu na praia vindo do Peru através da Amazônia. Cheio de doenças e com uma ameba.”
Mario lembra que Peter chamou sua atenção logo que entrou na água remando com uma madeirite emprestada. “ Eu reparei que ele tinha uma técnica diferente e fiquei de olho na sua performance. Depois que o vi pegando uma onda em pé no pontão do Arpoador fiquei chocado.”
Arduino e sua turma ficaram loucos para aprender as novas técnicas com o australiano e o levaram para surfar no Recreio dos Bandeirantes com uma prancha de fibra que o própio Arduino tinha feito no calçada do Arpoador. “ O Peter destruiu a prancha na segunda onda depois de dar um bottom turn radical.” Conta Adruino.
Com a prancha do Aduino destruída, a turma do Arpoador lembrou que o Barriga também havia fabricado uma prancha de fibra, e foi com ela que Peter Troy fez mais uma exibição para a galera, desta vez nas direitas do Posto 6.
Foi quando alguém lembrou que o Russel Coffin tinha uma prancha de fibra que seu pai havia trazido dos EUA. Foi com a prancha do Russel, uma “Bing surfboards” com cerca de 10 pés de altura, que Peter Troy deu uma aula de surf no Arpoador.
Peter ficou um bom tempo no Brasil. “Pelo menos uns 6 meses.” Afirma Mario Bração. Acolhido pelos surfistas brasileiros da época, Peter ficou hospedado na casa do Persegui, que tinha um pai que era médico e que acabou cuidando das doenças que o australiano havia contraído viajando através da América do Sul.
No tempo em que passou no Brasil, Peter Troy contribuiu muito com a evolução do surf brasileiro. Entre outras coisas, ele mandou vir da Australia os primeiros outlines que serviram de base para o nascimento da indústria de pranchas de surf no Brasil.
Graças `as dicas e informações fornecidas por Peter Troy, surgiram os primeiros shapers brasileiros. Nomes como o de Barriga e Mario Bração, por exemplo, foram estimulados pelos conhecimentos trazidos pelo australiano a fabricar as primeiras pranchas de fibra no Brasil.
Peter Troy pode ser considerado o pai do surf moderno no Brasil. Seu papel e sua importância na história do surf brasileiro não pode ser ignorada.
Fica aqui minha homenagem ao espírito aventureiro deste australiano que foi, sem sombras de dúvidas, um dos mais importantes personagens na história do surf no Brasil.
Chegamos á conclusão que por mais que se procure aumentar a performance das
pranchas de onda diminuindo a largura, elas continuam largas demais, mesmo
dep...
3 comentários:
q bom essi cara naum seii oq seriia de mi sem o surf
aloha galeriinha
ronnys slater...
A respeito do Peter Troy (à título de colaboração). Nessa época, tínhamos nossa turminha de surf no Leme, com pranchas de madeira, três feitas na marcenaria da Francisco Otaviano e outra na Ilha do Governador, de compensado. Então três de nós estávamos sentados na praia, em frente à Praça do Lido, com as pranchas na areia, decidindo o quê fazer. De repente, aparece um gringo com calombos nos joelhos, perguntando onde se praticava surfe no Rio...então esses três anônimos, levaram o Peter Troy para o Arpoador e o restyo da história já é conhecida.
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