quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Yso Amsler



Yso é um dos caras mais apaixonados pelo surf que eu conheço, que leva mais a sério um campeonato. Eu brinco com o Wady Mansur, que um dia ele vai descuidar e o Yso vai ganhar um Petrobrás Longboard.
Está no sangue. Yso foi um grande surfista, um cara de uma coragem enorme, perdeu um olho surfando no Hawaii, duas semanas depois, estava na água de novo. Durante muito tempo foi shaper profissional, trabalhou no Peru, no Havai. Fez prancha pra grandes surfistas, Cauli Rodrigues é um.
Viveu de prancha, de surf, viajou muito, até que não deu mais, filhos, etc
Encarna bem o espírito da transição entre o surf antigo, da paixão, com o surf moderno, da indústria.
É um cara de muita raça, muita força, muita coragem.
Hoje trabalha com petróleo, mas sua paixão continua sendo shapear e surfar.
Organiza surtrips anuais onde inferniza a vida dos incautos.
Seus longboards tem as pinturas mais bonitas que conheço, suas fichas de laminação são feitas com a precisão de engenheiro, ele determina até largura de linha de contorno.
Adora campeonatos com a mesma intensidade que eu os detesto, Leva súper á sério. Quando não está no Brasil, pede pra inscreverem seu nome, se não tem mais vaga, vai pra praia esperando uma desistência. Usa os amigos, pede, implora, faz de tudo pra participar.
Meu grande prazer em campeonato é irritá-lo, tentar distraí-lo, mas ele se concentra tanto, que nem ouve minhas piadas. Nem cerveja ele bebe perto das baterias. Seu filho é que fica indignado comigo. Sorte ele não ser brigão como o pai.
Atualmente, ele se dedica ao levantamento de copos de cerveja, mas a determinação continua enorme, se cuida Wady!

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Joãozinho Príncipe


Quando eu conheci o João, ele era um moleque magrinho, louro, de cabelos quase brancos, olhos azuis, bem cara de europeu, que ia sempre ao Arpoador com dois caras bem gringos também, com forte sotaque italiano, o Marcello e o Giácomo.
Era uma turma extranha, eles vinham sempre de motorista, com altas pranchas, mas eram caras súper simples, gente boa, e a gente não prestava muita atenção em quem era quem naquela época.
Depois descobrimos que os dois italianos eram condes, e apelidamos o joão de princesa, achei que por ser angelical, nunca prestei muita atenção no fato.
Tempos depois, estava em Imbituba com ele, e notei que os Catão, sempre tão esnobes, ficavam bajulando o João.
fomos andar de lancha, ele levou uma máquina de filmar, daquelas que tinha uma bolsa de couro pra carregar, e na bolsa tinha o nome dele gravado numa tira de plástico colorido .
Eu estava sentando e ele de pé, a bolsa na altura da minha vista, e sem prestar muita atenção comecei a ler o nome que estava gravado nela.
Caramba, o cara tinha todos os nomes que eu estudei nas aulas de história.
Era família real de todos os lados. devia ter uns 10 nomes, todos conhecidos. Eram várias linhas de plástico colorido, todas cheias de nomes. Ai é que me dei conta que o cara era príncipe mesmo!
Muito depois descobri que o pai, com medo que tirassem dele o direito de usar o titulo de principe, registrou o garoto como Principe Dom João Henrique de Orleans e Bragança e etc...
últimamente, só de sacanagem eu o chamo de Principe Dom, este é seu primeiro nome, ha,ha....
Joãozinho era comédia, sómente o surf carioca pra ter um príncipe como ele, simples, doidaço, com um cabelo enorme, mas elegante, fiel, bom amigo.
Agora ficou sério, até rei tentou ser, mas quando estamos sózinhos, é o Joãozinho de sempre.
Nesta foto, João, Proença, Rose e Bento em Saquarema.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Lendas de Wavetoon


Eu sei que tem gente nos achando preconceituosos por só estar postando icones do Rio.
Afinal, cadê os surfistas de São Paulo, do Sul e do norte?
Bom, da Bahia, Lapo Coutinho está me devendo uma lista de icones.
Do sul, a Cris Engler vai me mandar o material para a Conexão de Surf do sul.
Estamos providenciando alguém que organize os icones de São Paulo.
Pra mostrar que estamos abertos a todos os icones do surf, vou postar os legends de uma ilha que acabo de descobrir, o WAVETOON.
Eis o primeiro.

Jonas Dulong:


Desde pequeno freqüentou a arrebentação levado por seu pai, mas só foi descobrir o surf quando os pioneiros começaram a surfar na Praia Grande na década de 50.
Jonas ficava observando aqueles garotos mais velhos se divertindo e logo deu um jeito de arranjar um madeiritte para poder participar da turma.
O cara logo começou a destacar-se pela fluidez e harmonia de seu surf. Jonas fez escola nos anos setenta no Píer da praia Grande e foi um dos primeiros a migrar do longboard para as mini-model. Muita gente em Wavetoon copiou o seu jeito de pegar ondas. Surfar bem para ele significava ter estilo, fazer cada manobra com perfeição.
Foi Jonas que trouxe para Wavetoon a “Escola do Envolvimento” de Bob McTavish, Nat Young e George Greenough. A idéia era, andar mais intensamente por dentro e próximo à crista da onda sem perder velocidade e aproveitando todas as possibilidades.
No fim dos anos setenta ele foi ao Hawaii.
Infelizmente, num dia clássico de Waimea, 30’plus, ele remou numa enorme direita, perfeita e lisa, parecendo ter o domínio total da situação. Foi então que o inesperado aconteceu; uma seção à sua frente fechou e ele foi apanhado pelo lip desaparecendo na espuma.
Atrás desta onda uma série enorme entrou fechando a baía. Nunca mais foi visto...
Pra quem não sabe, wavetoon fica em http://wavetoon.blogspot.com

Otávio Pacheco


Targão, pros amigos, é um cara que está em todos os momentos do surf, sempre em posição de destaque.
Garoto, no Arpoador, já pegava de pé em cima de pranchas de isopor, as planondas, com uma quilha do lado contrário e revestidas de pano pra não ralar o peito.
Depoi foi bom nas maderites, entrava na onda sem pé de pato, andava até o bico, coisa que só o Betinho e mais uns poucos conseguiam fazer.
Foi um grande surfista de ondas grandes no Havai, onde até hoje é respeitado, até amigo do Fast Eddie ele é.
Foi produtor do filme Nas ondas do Surf, do Livio Bruni, onde segurou a maior "onda".
Agora, seu maior feito foi ter ficado um ano viajando de kombi pela América do Sul, Peru e adjacências, na compania do Xuxa (que virou médico nos EU e sumiu), e Paulinho Proença.
Imagina só o que é ficar um ano numa kombi com o Rato?
eu pedi pra ele fotos desta viagem, pelo menos da kombi, e a resposta é totalmente anos 70: A gente não levava máquina, era "Só o sol por testemnunha"!
Esta foto histórica, que eu roubei do site do Yso Amsler, feita por seu irmão, Nando Moura, mostra os finalistas seniores do primeiro campeonato do Pier, 1972, do qual eu fui juiz.
Por ordem, da esquerda pra direita, com seus repectivos lugares no podio:
Betão(3), Vanderbill(6), Yso(2), Maraca(5), Targão(1) e Paulinho Proença(4).

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Paulo Sefton


Conheci o Paulinho Sefton na primeira vez que fui ao sul, 1971 se não me engano, em Imbituba.
Os gaúchos mandavam por lá, Alemão Caio, um monte de gente, e Paulinho se sobressaia por ser o mais maluco, o mais corajoso, o que pegava as ondas maiores.
eu ficava impressionado com ele, bem menino, caindo sózinho na Vila grande, fim de tarde, sem ninguém pra pedir ajuda na roubada.
Agora, o que mais me impressionava era ele dirigindo seu fuscão branco de tala larga.
Um vez a gente estava indo pra Laguna, pela BR, quando paulinho foi fazer uma ultrapassagem pela contramão na curva. Vinha um caminhão do outro lado, por sorte tinha um posto de gazolina bem na curva, ele entrou pelo posto á toda, tinha água e óleo na pista, ele rodou, atravessou o posto girando, saiu do outro lado, consertou o carro e continuou como se nada tivesse acontecido.
Eu vinha logo atrás, só de olhar fiquei tremendo de medo, e ele minimizou depois, como se fosse coisa normal.
Depois vou falar sobre os caras do Sul, a Cris Engler está me devendo a estória do surf lá, mas não posso deixar de falar no Paulinho agora, porque ele fazia parte da nossa turma.
ele continua a surfar super bem.
Esta foto maravilhosa foi roubada do orkut da Rose, grande amiga que morava em Imbituba na época, casada com Bento Xavier.
Nela estão, Sabbá, Sefton (ainda moleque), Macalé, vitor e Ronaldo.Imbituba 76.