segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Wady Mansur






Este cara não tem mais idade pra ganhar da garotada, mas se o critério de julgamento fosse qualidade de surf, ele ganhava fácil, em qualquer categoria.
É o surf de longboard mais bonito que conheço.
Wady é um estudioso da estória do surf, das manobras, pesquisa como se fazia uma manobra há 40 anos atrás, treina pra fazer igual.
Eu o respeito muito por isto, acho importante para a nova geração entender de onde vem as manobras, entender a cultura, a arte.
O Wady faz no Brasil o que o joel Tudor faz no mundo, reverenciar a cultura de longboard, senão, vira pranchinha grande.

Sua família está presente em todos os momentos da estória deste esporte, dos anos 70 até agora.
Abriram uma loja MANSURF em frente á loja MAGNO, produziram roupas, parafinas, cordinhas, decks, fizeram campeonatos, enfim, Wady e Fuad estão em todas, sempre.
Além do mais, nada mais engraçado do que ouvir o Wady com Picuruta e compania, narrando um campeonato.

Fico meio deprimido quando vejo campeonato de Legends, caras que surfavam muito, hoje mal conseguem entrar nas ondas.
Wady, ao contrário, é um bálsamo pros olhos, está constantemente evoluindo, seu surf hoje é melhor do que era antes. (ou é o fotógrafo que é melhor?)
estas fotos são recentes!

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Daniel Friedman



Daniel é um dos mais habilidosos surfistas de todos os tempos, do nível de Peti, Betinho, etc
também é um grande shaper.
Sua obstinação em trabalhar com resina epoxy desde os anos 80 é impressionante, 20 anos depois, com toda a evolução nos materiais, ainda dá vontade de se suicidar, imagina naquela época.
Pra mim, sua principal contribuição para a cultura surf é ter desenvolvido um nova atividade profissional, juiz de campeonato, e depois, diretor de prova.
Ele é hoje um grande diretor de provas no circuito brasileiro.
Por ironia, no único campeonato em que participei, fui juiz, no Pier, e o Daniel ganhou brilhantemente.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Pré história do surf- Chicão Brasileiro


Ao contrário do que eu mesmo pensava, o surf não começou no Arpoador.
Existem relatos de gente pegando ondas em Copacabana, lá pelo Posto 4, com umas pranchas de madeira, ocas, enormes, pesadas, tinham até tampa pra tirar água de dentro.
Isto lá pelos anos 50.
Existe também o registro de Raimundo Castro Maia, usando uma prancha nos anos 30, em frente ao Copacabana Palace. Só que não temos fotos.
Parece que tudo começou com um artigo na Revista Mecânica Popular, americana, que ensinava a fazer uma prancha de madeira, provavelmente o mesmo artigo que influenciou os caras lá de Santos a fazerem pranchas.
Parece que o surf foi indo pro Marimbás, onde os caras da caça submarina se reuniam, e de lá passou pro Arpoador, onde explodiu, devido ao caldeirão cultural que era, cheio de gringos, artistas.

Agora, com certeza havia um movimento de surf mais organizado em SP do que a gente imagina, vejam esta foto, tirada em Ubatuba/SP, em 1930.
Deve ser uma destas pranchas de madeira oca.

Este cara foi certamente um dos primeiros surfistas no Brasil.

Francisco Brasileiro, mais conhecido como Chicão Brasileiro, sogro da Patricia Young.

Foi escritor, poeta, sertanista e membro da Academia Brasileira de Letras.

Nilton Barbosa

Suas fotos na Brasil Surf são marcantes, o início do surf como esporte sério.

Fedoca


Fedoca era moleque no Pier, mas já registrava a garotada. continua até hoje, com o click surf.
esta fot tem o André Ptzalis, Larri, Pepê, Cauli e Fedoca, na redação da Brasil Surf.

domingo, 21 de setembro de 2008

Múcio Scorzelli

Eu estava querendo um ícone dos fotógrafos, mas acho que todos os 3 foram igualmente importantes: Múcio, Fedoca e Nilton Barbosa.
então, vou lembrar dos 3.
Mucinho estava sempre em Saquarema, em Guaratiba, onde desse onda e fosse mais exótico. tinha uma estilo sofisticado, era um fotógrafo de tudo, não só de surf.

domingo, 14 de setembro de 2008

As verdadeiras estórias

Este fim de semana tive o prazer de reencontrar um velho amigo, e reescrever uma estória que eu achava que era de uma maneira, mas não era.
Uma lição de humildade ao contar estórias.
Lapo Coutinho, que esta no Rio julgando o WCT feminino, é um amigo do tempo em que fui pra Salvador ensinar aos surfistas de lá como fazer pranchas.
A estória que sempre contei, é que a Reforplás, loja que nos vendia material nos anos 70, queria incrementar as vendas de material na Bahia, e me convenceram a passar uma temporada em Salvador, ensinando a garotada a fazer pranchas.
Eu fui com meu laminador numa brasilia amarela, montar uma oficina no Rio Vermelho.
Conhecemos uma galera maravilhosa, Lapo, Bráulio, Juarez, Lulinha e um monte de gente que não me lembro mais dos nomes.
Foi o máximo, apesar de chover todo o tempo (sempre que fui a Salvador pegar ondas, choveu o tempo todo!).
Fiquei apaixonado por Salvador, pelos baianos e pelas baianas também. A cozinha, tudo.
Pensei sériamente em morar lá, mas na época meu negócio no Rio estava bombando e lá não teria estrutura.
Ficou até hoje uma promessa pra mim mesmo de passar um tempo em Salvador.
bom, o que importa é que eu sempre achei que fomos a primeira oficina de pranchas organizada em Salvador, que iniciamos a produção de lá, etc, mas Lapo me mostrou que antes disto, já havia lá uma fábrica, que inclusive expandia seus blocos, e que depois, por falta de mercado, se mudou pro Rio ,onde virou a JL, que nós chamávamos de os BAIANOS.
Jorge, Almir e o pai já faziam pranchas lá anos antes de eu e joão aportarmos, então, peço descupas a todos que contei a estória errada.
Nos papos maravilhosos que tivemos, eu , Lapo e Flávio Dias, lembrei de outra estória que sempre contei errada.
quando a Brasil Surf ia ser lançada, eu estava indo embora do Brasil.
O Ricardo Bravo veio me entrevistar para o que seria a primeira entrevista da Revista.
Fui embora sem ver, voltei 5 anos depois, nunca vi a revista em vida, e sempre contei que sai na primeira Brasil Surf.
Anos depois é que descobri que quem saiu foi o Rico. Outra estória mal contada.
Moral da estória. Muitas vezes a gente acha que sabe como as coisas aconteceram, mas só tem uma visão parcial. É confrontando com as estórias dos outros, que descobrimos como a coisa se passou de verdade.
É com este espírito que nós estamos tentando fazer este projeto, contar as estórias como elas realmente foram. E preciso da ajuda de todos.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Livio Bruni


Na época do Pier tinha um monte de gente filmando em super8, toda hora tinha uma exibição de filmes de surf, na casa de alguém, mas o Livinho passava filmes no Bruni 70, em Ipanema. Era o maior evento.
Depois produziu um filme que acredito o primeiro e único filme nacional de surf em formato profissional, com filmagens no Havai.
O 'Nas Ondas do Surf", que eu não vi, mas dizem que ficou legal, com altas ondas.
Otávio Pacheco trabalhou na produção, tem altas estórias para contar, o filme foi feito na época em que Livinho estava passando de surfista boa praça para traficante da pesada.

domingo, 7 de setembro de 2008

Persegue





Persegue está presente na maioria das estórias que se conta da época do Arpoador.
Foi o primeiro cara a surfar a prainha, junto com o Mário Bração, ganhou o primeiro campeonato de surf do Arpoador, tinha uma prancha antológica, vermelho com uma cruz creme, que era meu sonho de consumo.

Fernanda Guerra




Fernanda é o ícone de todas as mulheres surfistas.
Surfa desde o Arpoador até hoje, tem o maior orgulho disto, está sempre presente representando a mulher no suf, é adorada pela nova geração, enfim, nossa galeria não seria completa sem ela.

sábado, 6 de setembro de 2008

Magno

Magno foi dono da primeira loja de surf que eu conheço, a MAGNO, no Arpoador.
Era uma lojinha mínima, mas tinha uma enorme influência na gente.
Ele patrocinou os primeiros campeonatos no Arpoador, 1964.
.
Existem relatos de uma loja me Copacabana, chamada SURF, que eu não conheci, mas se tiver alguém que saiba mais sobre ela, por favor.

A loja Mansurf, que ficava ao lado da Magno, foi aberta em novembro de 1972, pelo pai do Wady Mansur. Foi pioneira em patrocinar atletas e o Filme "NAS ONDAS DO SURF".

A loja Ala Moana, aberta em 1973/74, realizou os primeiros Campeonatos de Surf em Saquarema.

Nelson da Waimea

Nelson foi dono da Waimea, loja de surf que dominou a cena durante um bom tempo, e patrocinou campeonatos internacionais, como o Waimea 5000.
Chupando do blog do Rico, em 1975 teve um campeonato no Arpoador,patrocinado pelo Bruno Hermanny, da Aquacenter, mas foi em 1976 que começou a circuito mundial, com provas na Austrália, África do Sul e Brasil.
O do Brasil foi o WAIMEA 5000, patrocinado pela Waimea, do Nelson.
o nome vem do fato do prêmio ser de 5.000 dólares.

Peti


Peti de certa maneira sucedeu o Arduíno em carisma.
O Arpoador era meio careta, preconceituoso, as tribos não se misturavam.
Peti é símbolo da loucura do Pier, da mistura de culturas, do surf, dos artistas, das drogas, da política, juntas no mesmo caldeirão.
Esta foto, que eu não conhecia, mostra exatamente como ele era dentro dágua, totalmente na frente de sua época, e pouco se lixando pra isto. foto chupada do orkut do Wady.(chupado não é roubado!)

Flávio Dias e Alberto Pecegueiro


Flávio Dias e Alberto Pecegueiro, conseguiram um feito histórico na cultura surf brasileira, entre março de 1975 até janeiro de 1979, eles editaram e distribuíram em bancas de jornal, ou através de assinaturas, a pioneira revista "Brasil Surf" o primeiro veículo de mídia especializada em surf do Brasil.
Depois deles, tudo está registrado em fotos, reportagens, etc
Anos depois surgiriam a "Visual Esportivo" comandada por Nilton Barbosa e a "Fluir", criada por Bruno Alves, Romeu Andreatta, Fernando Mesquita e Cláudio Martins.

Rico


Esta postagem vai ter um sabor especial.
Eu e o Rico temos uma relação muito gozada, a gente se gosta e se sacaneia desde garoto.
Quando a gente começou, o Arpoador tinha uma hierarquia bem definida.
Gozado isto, o regionalismo é parte da cultura do surf, não tem jeito. Naquela época, tinha pouco mais de 50 surfistas no Rio, e já havia o conceito do Hauli.
Quem não era do Arpoador, não surfava no pontão. ficava pelo meio da praia, pegando direitas e as eventuais esquerdas, mas as esquerdas do pontão eram para os locais.
Eu era local, morava do lado, estava lá todo dia depois do colégio, mas o Rico vinha do Leblon, junto com o Mudinho, eles traziam as pranchas nuns racks que colocavam atrás das bicicletas.
O Mudinho era um fenômeno e as pessoas tinham simpatia por ele, sua deficiência, etc, mas o Rico era meio excluído.
Ai ele se colava com a gente, pra ter uma desculpa para chegar mais perto do pontão.
Fomos ficando amigos, o Mudinho e ele começaram a fazer pranchas, eu era fissurado, me colei com eles.
A vida inteira foi assim, ele se aproveitando de mim, eu me aproveitando dele.

Falando sério, tenho o maior respeito pelo Rico, ele foi o primeiro cara a encarar o surf como uma profissão.
Pra uns, surf era uma aventura. Para outros, era uma fuga da realidade.
Pro Rico não, desde sempre foi a vida dele, ele se dedicou a sério para transformar o surf em uma maneira de ganhar a vida.
Fez de tudo um pouco, fez pranchas, foi atleta, foi patrocinado pela Globo, teve confecção, loja, escola de surf, kiosque, promove campeonatos, eventos, enfim, tudo que ele fez é ligado ao esporte, apostou todas as fichas no surf, ou dava certo ou ele ia tomar o maior caldo.
Deu certo, hoje ele é uma pessoa bem sucedida, conhecido em todo Brasil, simbolo do esporte que ajudou a profissionalizar.

PePê



Todo mundo conhece o PePê.
Vou apenas contar uma estória que explica pra mim quem ele era.
Ea um dia grande no Pier Backdoor.
Pra quem não conheceu, era o lado do Pier virado pro Arpoador, o lado contrário ao pier, onde quebravam ondas grandes em dias cavernosos, sempre chuvosos, muito perigoso, porque as ondas nos jogavam contra as pilastras de ferro, se vc caisse na primeira seção da onda.
Estávamos lá fora um do lado do outro, Pepê mais por dentro, junto ao pier, quando veio uma série grande, começamos a remar numa onda que ficou casca demais, eu ia puxar o bico, quando vi que o Pinimba continuava remando. Pensei, se ele, que está mais perto do pier, acha que dá, então vamos! E remei com tudo. Bom, resumo, fomos ambos cuspidos no meio do drop, passamos pelo meio das pilastras, a prancha dele quebrou ao meio, a minha ficou com a rabeta esmagada, por sorte nada nos aconteceu.
Saí do outro lado e vi o Pepê sentado na areia, com a cabeça entre as pernas, com uma cara desolada, e fui consolá-lo.
ele chorava copiosamente, e me disse, cara, depois que passa, eu vejo a merda que faço, mas na hora eu não sinto medo.
Eis ai o segredo do Pinimba, ele não tinha este sentimento que nos protege, o medo.
Ele sempre ia mais fundo, mais alto, mais rápido.
Aliado a um talento imenso, esta qualidade/defeito o levou a ser campeão em todos os esportes que praticou, e também á morte.

Mudinho



A galeria de ícones do surf não estaria completa sem o Mudinho.
o cara foi tão influente que numa época o surf era cheio de mudinhos.
Carlos, o nosso mudinho, é um dos melhores surfistas que eu vi no Brasil.
Até hoje é um ótimo longboarder, tive o prazer de vê-lo ganhar um campeonato na Macumba há poucos anos.
Quando a gente era garoto andávamos muito juntos, eu, ele e o Rico.
O mudinho era a maior figura, porque na verdade é surdo, fala muito e alto.
Uma vez perdemos um avião esperando o Rico.
Quando o Rico finalmente chegou, o Galeão velho ecoava com os urros do Mudinho, UTA QUI UARIU!, UTA QUI UARIU! E o Rico, rindo, gritava: cala a boca, mudinho!
O Rico adorava sacaneá-lo, tinha um prazer especial em vê-lo furioso.
Confesso que eu tb achava gozado.
Eu tinha uma paciência especial com ele, dizia que falava várias línguas, inclusive mudez.
Uma vez fiz a loucura de ficar em Imbituba com ele e outros mudos numa Vemaguete, que o Mudinho dirigia na maior velocidade, falando o tempo todo.
Só que surdo quando fala tem que olhar pro outro, então ele ficava falando e olhando pro lado, e eu apavorado dentro do carro, gritando!
Mudinho agora mora em Cabo Frio, dá aulas para surdos, shapeia e continua falando pra caramba!
Nas fotos, mudinho no Arpoador 1967 e na Macumba 2004.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Vanderbill



Quando minhas pranchas explodiram, em 1970, ele era meu concorrente direto.
A gente fazia pranchas um contra o outro.
Eu via as pranchas dele e pensava, caramba, esta cara é melhor do que eu. Ia pra sala de shape e saía com alguma coisa melhor.
Nào vou ficar de falsa modéstia.
A grande diferença entre nós é que eu estudei engenharia, conhecia conceitos científicos de hidrodinâmica, física, etc, que aplicava nas minhas pranchas.
Enfim, elas eram, e ainda são, mais técnicas, mais embasadas.
As dele eram mais estéticas, mais bonitas. Eu não conseguia sacrificar um conceito técnico apenas para ficar bonito.
Naquele época a gente ousava mais, as mudanças no shape eram muito rápidas e intensas, os caras lá fora estava á todo vapor, George Greenough, Bob Mactavish, Dick Brewer, todo mundo mudando o tempo todo e a gente aqui também.
Vanderbill era um grande talento, um cara apaixonado, só que muito inconstante, nunca teve uma marca forte, shapeava para todo mundo, não tinha uma oficina, viajava, ia shapear fora, voltava.
Teve uma época em que morou no Havai e foi o shaper da temporada, todo mundo queria ter uma prancha dele.
Pra mim, ele é o ícone do shaper brasileiro desta época.
Tem uma estória que eu adoro, o Vanderbill chega pro Targão e diz, pegar onda grande todo mundo pega, mas tá vendo aquela ali, e mostra uma onda mínima, dois dedos, estourando na areia. eu arrebento numa onda daquelas!
Foto do primeiro campeonato do Pier, 1972, Vanderbill é o segundo da esquerda pra direita.

Tito Rosemberg


Tito é outro que conheço a tanto tempo que nem sei por onde começar.
Eu o admirava no início de minha vida no Arpoador porque ele já fotografava.
Eu sempre pensava, quando parar de pegar ondas, vou fotografar ondas.
Depois ele sumiu, foi trabalhar na Califórnia e voltou cheio de informações técnicas, foi a primeira vez que vi um Soft pad (disco de borracha usado para lixar as pranchas), plainas, lixadeiras, pigmentos, fitas, o cara tinha tudo de ponta, trouxe uma oficina inteira da California, mais uma ex-mulher que fazia o trabalho pesado.
O quadro da época, era o Parreiras com uma fábrica decente, uns caras fazendo algumas pranchas, como o Cyro, o Mário Bração e um bando de garotos desenhando pranchas nos cadernos de escola.
Eu, Rico, Mudinho, Mário Caolha, Miçairi, Vanderbill e outros.
Ninguém tinha nenhuma estrutura, nenhum equipamento, nenhuma informação. Só tesão.
Eu, Mudinho e o Rico fazíamos pranchas na garagem da casa do Rico, na João Lyra.
a gente fazia uma prancha por mês, em média, no máximo.
O Tito montou uma oficina, eu fui visitar e saí humilhado, nunca ia poder competir com aquela estrutura.
foi o início de tudo. Aprendemos muito com ele, acabamos crescendo, comprando nossos equipamentos e montando nossas oficinas, mas ele sempre foi um referencial.
Sempre que um cliente me enchia o saco por causa do acabamento, eu dizia, olha se vc quiser prancha bonita, faz com o Tito. eu faço pranchas boas!
Até hoje penso um pouco assim, a gente se mata pra polir uma prancha, e a primeira coisa que o cara faz é passar parafina no polimento. Acho um despedício.
Prancha tem que ser é boa na onda.
Depois disto, o Tito fez uma kombi maneiríssima, parecia uma casa, viajou muito com ela.
Eu acabei comprando uma kombi por causa dele.
Enfim, ele sempre foi uma inspiração pra nós, garotada.
Tito é um cara muito interessante, sempre foi fiel aos seus ideais, viveu da maneira que achava correta, sem concessões, coisa rara até no meio do surf.
Hoje está morando na Praia da Pipa.

Maraca



Maraca é a maior figura, é até difícil pra mim falar sobre ele, eu o conheço a tanto tempo, tenho tantas estórias sobre ele que fica difícil de começar.
quem o conhece hoje em dia, não pode imaginar o Maraca de sapato de couro com salto carrapeta, pra fica mais alto, calça impecável, cabelo longo jogado pro lado, todo arrumadinho para ir nas festas. Foi mais ou menos assim que ele era quando o conheci.
Era uma figura frágil, cheio de grilos, tinha altas paranóias. Uma vez, estávamos indo pra SP de carro, eu dormi na direção (nunca assumi que dormi, ele sempre me culpou por isto), e capotamos feio na Rio-SP. Ele passou um tempão me acusando de tentar matá-lo.

Logo depois da vinda do Penho, Maraca sumiu. foi pro Havai e ficou um tempo por la.
Cara, quando ele voltou, era outra pessoa, uma mistura de hippie com selvagem da floresta, eu nem conseguia mais conversar com ele. Era como se tivesse sido apossado por uma entidade, surfava selvagemente, era agressivo, radical, big rider.
Demorou bastante tempo para voltarmos a ser amigos, ficou dificil de conviver.
Hoje em dia voltou ao cara sensível de sempre, mas cuidado, com o Maraca nunca se sabe!

Penho




Penho é outro cara que pouca gente conhece e foi fundamental na cultura surf.
Depois que o Parreira começou a fazer pranchas, a coisa não mudava muito, tinha as pranchas importadas, caras, dificeis de conseguir, em geral dos riquinhos e dos gringos da Escola Americana.
E as Surfboards São Conrado, do Parreira, que eram boas, só que eram mais feias que as gringas porque usavam poliuretano marrom, as gringas eram de Clark Foam branco.
Um dia eu conto mais sobre o Clark, que ficou meu amigo.
Estas pranchas eram acima de 10 pés, 10'4" era um tamanho chique, 9'8" já era mínimo.
Eram grossas, largas, estáveis, flutuavam pra caramba, quase como as Stand Ups de hoje.

De repente, Penho volta do Havai com uma prancha 7'4", (não tenho certeza do tamanho), fina, estreita, sem flutuação, pintail, violeta em baixo e roxa em cima. Ninguém entendeu nada.
Imagina como devem ter sacaneado o Penho. ele aguentou firme, era um ET.
Eu lembro de estar no Arpoador, no pontão, me sentindo o máximo sentado na minha Hansen 10pés noserider, quando o Penho veio remando perto da pedra, afundado na água, eu achei que fosse um cara de tabuinha, uma prancha de jacaré de peito que se usava na época.
Depois de umas duas ondas eu sai de dentro dágua para ver o que ele estava fazendo, e de uma hora pra outra meu mundo mudou.
Aquilo é que era surf, o que a gente fazia ficou pré-histórico.
Em quinze minutos eu não queria mais minha prancha, ela tinha ficado obsoleta.
Nunca vi em minha vida uma transformação tão rápida de paradigmas.
O Penho tem todo o mérito por esta mudança. Foi muita coragem.
além disto, ele trouxe do Havai as primeiras noções técnicas de como se shapeava uma prancha, trouxe a primeira plaina Skil, enfim ,os rudimentos da técnica de fazer prancha.
Depois disto foi o primeiro cara a morar em Guaratiba, depois em Saquarema, onde tinha uma casinha de onde dava pra ver o pico.
Era um privilégio ficar hospedado lá, Penho era (ainda é) o maior hermitão.
Continua em Saquarema.
As fotos são do Tito (do carro), e do Eduardo Borgeth, as outras duas. A da oficina é importante, mostra Penho em 69 descascando longboards pra fazer pranchinhas, em sua oficina da Pacific Surfboards.

Coronel Parreira





O Parreira era um coronel da Aeronáutica reformado, que morava em uma belíssima casa no Alto de São Conrado, na rua da Igreja, com um monte de filhas e resolveu, não sei porque, fazer uma fábrica de pranchas no fundo da casa.
A Surfboards São Conrado. Copiava o logo da Surfboards Hawaii.
Ele começou fazendo pranchas em isopor, depois começou a expandir seus proprios blocos, uma espuma amarela, da Bayer, mas que funcionavam bem, meu primeiro Shape foi num reject desta espuma.
Ele foi o precursor da indústria de pranchas, um monte de gente que trabalhou pra ele, Mário Bração, Cyro, Murilão, Domingos, depois seguiram seu caminho em outras fábricas.
Eu sei que ele já morreu, mas acho fundamental recuperar sua memória, ele merece todo nosso respeito e admiração.

Betinho


Betinho é um cara esquecido, mas quem o viu surfar nunca mais vai esquecer.
O cara parecia um gato andando em cima da prancha, tinha uma agilidade totalmente fora do padrão para a época.
eu tive o privilégio de ser seu amigo, e gostava de pegar a mesma onda que ele, só para vê-lo manobrar. Quem tiver fotos dele, por favor, mande!
Meu ícone de melhor surfista de longboard clássico.

Mário Bração



Mário foi pioneiro na fabricação de pranchas, e o primeiro cara a pegar onda na Prainha.
Ele, Persegue, Arduíno e Geraldo estavam na Macumba quando viram de longe o que poderia ser uma praia.
Arduíno já havia pescado lá, e resolveram ir de Land Rover por uma estradinha que passava pela ponte atual e continuava, subindo por um sitio, chegando na prainha por cima.
Mário e Persegue cairam primeiro, e pegaram uma onda juntos.
Durante longo tempo, chamaram a praia deLeprosário, praia dos Leprosos, para que ninguém fosse lá...

Quem começou a fazer pranchas foi o Arduíno, que fazia pranchas na garagem de uma casa em Ipanema. As pranchas eram de isopor.
Arduíno fez uma, Barriga fez outra, quando o Peter Troy veio, a primeira prancha de fibra que ele usou foi a do Arduíno, que delaminou na primeira onda, na Macumba.
Depois ele usou a do Barriga no Posto 6 de Copacabana, e deu um show.
depois da vista do Peter Troy, a rapaziada se empolgou e formaram dois times que competiam para ver quem fazia a melhor prancha de fibra nacional.
Eram o Persegue e o Mário por um lado, o Ciro e o Barriga por outro.
como na época usavam isopor (não havia ainda blocos de poliuretano), tinham que usar resina epoxy, mistura que ainda hoje, 40 anos de evolução de tecnologia depois, ainda dá a maior dor de cabeça.
Eu nem imagino como devem ter apanhado.
Não sei quem ganhou a corrida, mas tem gente que sabe e espero que em enviem a resposta.
Mário e o Cyro foram trabalhar pro Parreiras, na Surfboards São Conrado, depois fizeram pranchas na Repesca, depois Mário fez uma oficina em sua casa e produz as Aloha by Mário até hoje.
Mário, pra mim, é o mais refinado papo sobre cultura surf, pranchas, etc, um cara que deveria constar duplamente desta lista de ícones, porque ele é ícone pra caramba!

Peter Troy

Peter Troy morreu dia 29 de setembro, de uma embolia.
O australiano visitou mais de 130 países e foi o responsável pela descoberta de muitos picos de surf em volta do mundo.

Em 1964 ele chegou ao Rio de Janeiro e entrou para a história como o responsável pelo surgimento do surf moderno no Brasil.

Quando o australiano chegou ao Brasil o surf brasileiro ainda estava na idade da pedra, e os brasileiros surfavam de madeirite no pontão do Arpoador.

Peter Troy foi o responsável pelo sepultamento da era das madeirites no Brasil e pela entrada do surf brasileiro na era das pranchas de fibra e das manobras.

Em 1971, Peter apareceu no clássico 'Sea of Joy'. No filme, ele e seu compatriota Wayne Lynch surfam pela primeira vez as ondas de Tamarin Bay, nas ilhas Mauricios.

Em 1975, Peter descobriu as direitas de Lagundri bay, em Nias, na Indonésia, e se tornou o primeiro australiano a surfar na ilha de Sumatra. Em 1966 ele surfou pela primeira vez em Jeffreys Bay, na África do Sul.

Peter Troy apareceu no Arpoador em 1964 e mudou o curso do surf brasileiro. Depois de ver o australiano surfando, os surfistas brasileiros nunca mais foram os mesmos.

Na época, o surf estava engatinhando no Brasil. A maioria dos brasileiros ainda usavam as lendárias madeirites e precisavam da ajuda de pés de pato pra entrar nas ondas.

Numa época em que não existia revista de surf, nem intercâmbio entre os surfistas brasileiros e o resto do mundo, o aparecimento de alguém com a técnica e os conhecimentos de Peter Troy provocou uma revolução no surf brasileiro.

Segundo Arduino Colasanti e Mario Braçao, o surgimento do australiano no Rio de Janeiro foi um marco de mudança na história do surf no Brasil.

“ A gente pegava onda de madeirite e nunca tínhamos visto ninguém andar em cima da prancha. Uma vez de pé na prancha nenhum de nós fazia nada além de ir reto no corte. O Peter foi o primeiro surfista que eu vi andando sobre a prancha, indo até o bico e arriscando um hang five." Recorda-se Mario Bração.

Segundo Mario, a primeira vez que viu o australiano foi no Arpoaodor. “ Ele apareceu na praia vindo do Peru através da Amazônia. Cheio de doenças e com uma ameba.”

Mario lembra que Peter chamou sua atenção logo que entrou na água remando com uma madeirite emprestada. “ Eu reparei que ele tinha uma técnica diferente e fiquei de olho na sua performance. Depois que o vi pegando uma onda em pé no pontão do Arpoador fiquei chocado.”

Arduino e sua turma ficaram loucos para aprender as novas técnicas com o australiano e o levaram para surfar no Recreio dos Bandeirantes com uma prancha de fibra que o própio Arduino tinha feito no calçada do Arpoador. “ O Peter destruiu a prancha na segunda onda depois de dar um bottom turn radical.” Conta Adruino.

Com a prancha do Aduino destruída, a turma do Arpoador lembrou que o Barriga também havia fabricado uma prancha de fibra, e foi com ela que Peter Troy fez mais uma exibição para a galera, desta vez nas direitas do Posto 6.

Foi quando alguém lembrou que o Russel Coffin tinha uma prancha de fibra que seu pai havia trazido dos EUA. Foi com a prancha do Russel, uma “Bing surfboards” com cerca de 10 pés de altura, que Peter Troy deu uma aula de surf no Arpoador.

Peter ficou um bom tempo no Brasil. “Pelo menos uns 6 meses.” Afirma Mario Bração. Acolhido pelos surfistas brasileiros da época, Peter ficou hospedado na casa do Persegui, que tinha um pai que era médico e que acabou cuidando das doenças que o australiano havia contraído viajando através da América do Sul.

No tempo em que passou no Brasil, Peter Troy contribuiu muito com a evolução do surf brasileiro. Entre outras coisas, ele mandou vir da Australia os primeiros outlines que serviram de base para o nascimento da indústria de pranchas de surf no Brasil.

Graças `as dicas e informações fornecidas por Peter Troy, surgiram os primeiros shapers brasileiros. Nomes como o de Barriga e Mario Bração, por exemplo, foram estimulados pelos conhecimentos trazidos pelo australiano a fabricar as primeiras pranchas de fibra no Brasil.

Peter Troy pode ser considerado o pai do surf moderno no Brasil. Seu papel e sua importância na história do surf brasileiro não pode ser ignorada.

Fica aqui minha homenagem ao espírito aventureiro deste australiano que foi, sem sombras de dúvidas, um dos mais importantes personagens na história do surf no Brasil.

Russel Coffin


Russel tem uma importancia interessante no surf brasileiro.
a primeira prancha de fibra que eu conheci foi uma Barland Roth, francesa, trazida pelo Messieu Martin, uma francês muito gozado, que usava uma sunguinha zazá pra surfar.
Logo depois o Russel teve uma Bing, e foi nela que o Peter Troy demonstrou como se manobrava uma prancha, como se remava de joelhos, etc

Russel Trouxe a Roger Foam para competir com a Clark Foam do Parreiras, suas espumas eram muito mais sofisticadas que as do Parreiras, com moldes importados, e acabou convencendo o Gordon Clark a vender a marca no Brasil para ele.
Foi ele que forneceu a materia prima fundamental para a incipiente indústria de pranchas.

Depois fez muita coisa em preservação, mata atlantica, etc
Na foto, cortezia do Eduardo Borgeth, aparecem o Penho, o Russel e um amigo sansei.

Arduíno Colassanti



Vou abrir a galeria de Icones com o Arduíno.
Ele não é do meu tempo, é de um momento de transição entre os pescadores do Marimbás e o pessoal do Arpoador.
Espero que as pessoas que o conhecem postem suas estórias. vou postar o que ouvi falar.
Italiano, veio pro Brasil aos 11 anos, morar com sua tia, uma famosa cantora lírica que se casou com o Conde Lage, foram morar no Parque Lage.
Começou a frequentar o Arpoador, praia onde iam os gringos, os artistas e os modernos.
Lá ele foi introduzido na caça submarina e ficou fissurado.
Tem uma enorme estória na caça submarina, inclusive em campeonatos mundiais, mas não é esta parte de estória que nos interessa.
Nem a parte em que ele é ator de cinema, faz altos filmes e namora as melhores mulheres da época.
Pelos filmes dá pra ver que ele era o cara mais bonito de sua turma, devia pegar todas.
Arduíno era gozado, quando fazia um filme, ganhava uma grana, engordava e ficava feio.
Quando ficava duro de novo, vivia de pesca, ficava magro e lindo. Ele oscilava.
Foi provávelmente o primeiro fabricante de pranchas do Rio. A estória é que uns caras da caça submarina trouxeram pranchas de balsa da Califórnia, e o Arduíno começou a surfar nelas.
Depois, fez algumas pranchas de isopor na garagem da Ira, em Ipanema.
Sua primeira prancha foi usada pelo Peter Troy, que bateu com a quilha surfando na Macumba, e delaminou todo o fundo.
Ele é símbolo de uma época que eu considero a pré história do surf.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Bud Browne, ícone dos ícones!

Esta estória de Galera da Fama está andando, as pessoas estão gostando e me mandando sugestões de outros ícones, estórias dos já listados, etc
O Rosaldo Cavalcanti está participando ativamente do projeto, estamos sempre discutindo este ou aquele candidato.
Uma das coisas interessantes é que ao cavucar, nós nos lembramos de pessoas e eventos que foram marcantes e haviam sido esquecidos.
Este é o objetivo do projeto, se conseguirmos gerar uma memória deste esporte, eu me sentirei recompensado.
Estamos sempre discutindo o critério para ser ou não ícone.
Não é o cara que pegava pra caramba, ou o amigo. Tem que ser alguém que represente um fato marcante.
tem gente que nem pegava onda e pra mim, é ícone, como o Magno, da primeira surfshop do Rio, e o Nelson da Waimea, que patrocinou os primeiros campeonatos.
Estamos tentando criar uma ordem cronológica, os mais antigos primeiro, claro!
Por falar em ícones, o BUD BROWNE morreu.
Pra quem não sabe, este cara fez aqueles filmes de surf em que o Havai era uma ilha deserta e as pranchas voavam do teto dos carros.
Pra mim, é o ícone de quem deve ser um ícone!
Fez de tudo, sempre na maior simplicidade, sem querer aparecer, sem estrelismos, sempre seguindo seu próprio caminho, foi o pai do surf film.
Na coletânea do Surfer's Journal sobre film making, dos 4 Cds ele ocupa quase um inteiro.
Então , o cara sózinho, é quase 25% de tudo que foi feito em filmes de surf!
Depois continuou sendo camera de filmes dos outros.
Uma vez, Waimea enorme, só os malucos surfando lá fora, ele já velhinho, aparece com seu equipamento, os salva vidas tentam impedi-lo, dizem que não pode entrar, ele diz, Ye, ye, e vai nadando pra fora, as maiores morras quebrando. ...
Depois dos 80 ele se aposentou e foi fazer coisas mais relax, como Bunge jumping...
Depois dizem que perigo faz mal pra saúde. Morreu aos 96.
Salve Bud!
http://legendarysurfers.com/blog/2008/07/bud-browne-1912-2008.html
http://legendarysurfers.com/blog/2008/09/bud-browne-paddleout.html

GALERA da FAMA

Vieram me pedir ajuda para fazer um livro sobre a história do surf.
Ao falar dos caras que criaram a cultura surf, lembrei da falta que faz um Hall of Fame do Surf brasileiro (até no nome a gente copia, né? Que tal GALERIA DA FAMA?) Ou Galera da FAMA?
O surf começou como uma brincadeira, hoje é o segundo esporte mais praticado no Brasil e a garotada não conhece seus ícones.
O mercado deve isto a seus criadores.
eu acho que unindo as estórias dos ícones, podemos traçar a história do esporte.
Eu gostaria de ver esta história contada da maneira correta.
Sem bairrismo babaca, o surf é de todos, não existe esta de começou aqui ou começou ali.
Ele começou em todos os lugares e em algum momento as estórias se entrelaçaram.
Estamos aqui pra contar todas as estórias, do Rio, de SP, do Sul e do Norte.
No Rio, o surf começa de veradade no Arpoador, com Arduíno Colasanti, e uma turma de caras da caça submarina.
Tudo bem, teve uns caras antes em Copacabana, mas galera praticando, foi no Arpoador.
Eram mais pescadores que surfistas, mas começaram o esporte assim mesmo.
Isto foi antes do meu tempo, nem morava perto do Arpoador ainda. Época das madeirites.
Depois veio uma geração mais próxima, os primeiros surfistas de verdade, a era de ouro do Arpoador. As primeiras pranchas importadas.
Mário Bração, Geraldo, Persegue, Almir, Betinho, Fernanda, Maria Helena, Barriga, Ciro, Domeneque.
Um monte de gente, todos mais velhos que eu, os deuses do meu Olimpo.
Foi quando me mudei pro Posto 6, perto do Arpoador, e comecei a frequentar, pelas beiradas, esta turma.
Tem muita gente, mas alguns são ícones,
se a gente ligar suas estórias, vamos contar a história do surf .
Ai vai minha lista, do Rio:


Arduíno Colassanti- simbolo da primeira turma.

Peter Troy-primeiro cara a surfar com técnica.

Mário Bração-Foi dos primeiros shapers brasileiros.

Coronel Parreira- montou uma fábrica em sua mansão em São Conrado, com fabricação de blocos e tudo. Eu conheci o Gordon Clark lá. Clark Foam!

Betinho- o melhor surfista brasileiro de todos os tempos.

Penho- o cara mais modificador do surf brasileiro, trouxe a primeira miniboard pro Brasil. Mudou tudo da noite para o dia. Até hoje tenho arrepios ao lembrar desta prancha.

Maraca- ao voltar do Havai, trouxe um surf novo. Naquela época, ir ao Havai era como reencarnar. E ele reencarnou!

Vanderbill- o shaper mais reconhecido mundialmente. Chegou a mandar no Havai.

Petit- nem prancha tinha, mas tinha o maior talento e era único.

PePe- primeiro cara a ser respeitado de igual pra igual pelos gringos.

Tito Rosemberg-trouxe as técnicas de fabricação de prancha e uma escrava americana!

Rico- transformou uma paixão em negócio para muitos.

Tem vários outros, é claro, mas acho que estes não podem faltar em nenhuma lista.
Os outros, deixo pra vcs!

Enquanto está quase todo mundo vivo, é uma boa oportunidade para homenagear estes caras, que são a alma de nosso esporte.
Não sei bem com fazê-lo, mas gostaria de ver a Tal galeria da fama, quem tiver idéias e opiniões, é só falar.
Não acho impossível conseguir um patrocínio para isto. Conto com sugestões!