domingo, 7 de dezembro de 2008

Lendas do Rio-Relson Gracie


Relson é o segundo filho do patriarca Hélio Gracie, criador do jiu-jitsu brasileiro.
Vem depois do Rorion e antes do Rickson, Royler, Rolker e Royce.
ele começou no jiujitsu aos 2 anos, aos 10 já competia, foi campeão brasileiro por 22 anos consecutivos. Daí seu apelido de campeão.
Relson é responsável por uma mudança muito importante na cultura surf.
A mistura com a cultura do jiu-jitsu.
Tudo começou numa estória que eu ainda não entendi muito bem, quando os Gracie foram ao Arpoador e bateram em todo mundo que estava na praia naquele dia.
Foi assim que os surfistas ficaram conhecendo o jiu-jitsu, que na época era a família Gracie e seus alunos.

Depois, Relson começou a surfar, ficou amigo do Paulinho Proença e do Otávio Pacheco, passou a frequentar a casa deles em Saquarema, a sede da famosa fábrica de parafina WAXMATE.
Eles trocavam aprendizados e filosofias de vida.
Os surfistas ensinavam o Relson a surfar, ele os ensinava a lutar. Logo todo mundo estava no jiu-jitsu, até o Peti.
Por incrível que pareça , Relson me disse outro dia que os surfistas eram muito brigões, que ele os acalmou um pouco...
Verdade seja dita, nesta época no Rio, tinha várias turmas de rua, a da Urca, da Barão, do Leblon, que viviam se engalfinhando em festas. Claro que os surfistas faziam parte delas também.
Segundo ele, os lutadores deram um jeito nisto, acabaram com as brigas de rua.
O certo é que depois dele, vários lutadores viraram surfistas e vice versa, inclusive o Rickson, Pedro Bataclin, Evandro 7.000, e muitos outros.
Relson vive há 20 anos no Hawaii, onde ensina luta para os policiais, os marines, e ajuda muitos brasileiros ameaçados.
Tem uma estória dele salvando o Mobral do Bradshaw que é clássica, mas deixo pra outro post.
Relson é uma figura doce e divertida, mas que ele mesmo alerta, nada tem ver com o faixa preta e vermelha 9 dan, quando está no tatame.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Conexão Sul 1: Pedro Chaves Barcellos



O surf no sul deu seus primeiros passos no início da década de 60, e foi a grande sensação que mudou de forma definitiva os hábitos de muitas famílias que difundiram e fizeram do esporte seu estilo de vida.

Através de relatos deixarei no Lendas do Surf, um pouco dessa história para todos que carregam na alma o espírito do oceano.

Abrindo a conexão com a origem do surf no sul, trago um relato dos anos 70, de Pedrinho Chaves Barcellos, que faz parte de uma das famílias mais incentivadoras do surf, os pais Pedro e Luiza, a irmã Marieta, que serão citados em memória, o tio Duche, o Nick e o Alemão Caio, logo estarão aqui também com um pouco de suas aventuras.

Por Cris Engler

Estudar e Surfar é uma questão de pés

Na entrevista de Pedro Chaves Barcellos, um detalhe que vai fazer muita gente voltar no túnel do tempo aos anos 70, foi sobre a fase de vestibular, quando ele, com 17 anos, André Krebs e o Chiquinho, da turma dos “Metralhas”, foram morar em Florianópolis para estudar, ou será surfar e estudar, não sei ao certo. Contou que uma coisa que ele nunca esqueceria na vida, foi que na sala de aula estudava ele, Serginho Leite, Antônio Catão, mais um paulista, o Zé Maria, os quatro sentavam no fundo da sala, e não tinha internet para saber das previsões da ondas, só sabiam que o mar estava subindo, ai no meio da aula aparecia o Perdigão na porta e sussurrava que tava 8”pés perfeito, ninguém falava nada, só se olhavam, fechavam os livros, levantavam e saiam, quer dizer, essa era a realidade deles. Estudar e surfar era só uma questão de quantos pés?

Texto retirado da entrevista de Pedro Chaves Barcellos

fotos do Pedro no Campeonato de Imbituba, Turma dos Metralhas e atolado na areia em 77.

Conexão Sul: Cris Engler


A Cris Engler está fazendo um trabalho fantástico, levantando através de entrevistas e fotos a História do surf no Sul do Brasil.
Ela é de Porto Alegre, mas seus relatos vão do Rio Grande do Sul até Santa Catarina, que desde os anos 70 se tornou uma espécie de MECA do surf, onde surfistas de todos os estados iam uma vez ou mais por ano.
Neste território neutro se encontravam baianos, cariocas, paulistas, paranaenses, gaúchos, e claro, Catarinenses, para trocar influências, formar amizades, e algumas disputas, claro.
Agora o Lendas se torna mais nacional, com os relatos da Cris, nossa correspondente no sul.
Seu livro se chama Origem Surf no Sul.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Conexão Bahia 1: Familia Moraes



Estou iniciando a postagem dos Icones da Bahia, selecionados pelo Lapo.
Como sempre, estamos abertos á críticas, sugestões, contribuições, etc
Fico feliz pelo Lapo ter começado por esta família, são pessoas que tem enorme importância na cultura surf, inclusive pelo que fizeram no Rio. Ai vai o texto do Lapo:

Sem duvida a familia de seu Gabriel Moraes, Jorge e Almir foram as pessoas mais influentes do inicio do surf na bahia. Foram um marco para a época, ao fazerem pranchas no final da decada de 60, entre 68 e 69 em Amaralina.
Seu Gabriel surfava de vez em quando, já com cabelos brancos, Almir era engenheiro quimico e Jorge a alma da oficina.
Eu ainda pegava de isopor pintado para não assar a barriga, e via seu Gabriel passando num furgão com uns caras enormes, Tourão, Champrão, Ze Estanque , Jorge e Almir, para surfar no Farol da Barra, onde nesta epoca ja surfavam tambem Zé Alberto Catarino, no Rio Vermelho Jorge Rupsell de madeirite com Camara e Roberto Fadul e mais alguns poucos na Barra, na Graça e na Pituba. Eram nossos ídolos, garotos maiores, com pranchas enormes e pesadas.
Alguns deles nos deixavam experimentar o madeirite quando estavam cansados.
Conheci a familia de seu gabriel e passei a ir muito na oficina deles.
Eles não deixavam a gente ver como eram feitas as pranchas, somente Braulinho, que consertava pranchas pra eles tinha acesso à oficina.
Eles também expandiam blocos e rapidamente fizeram a transição dos pranchões para as mini models.
Minha primeira prancha já tinha forma de pranchinha, tinha uns 8 pés e foi comprada em 1970 .
Ràpidamente todos os surfistas da bahia compraram pranchas HATY pois era a única forma de evoluir.
Almir, Jorge e o pessoal da Amaralina tinham fama de big riders pois surfavam os outsides do Otche , Caraca, e Quebra Coco, ondas só surfadas por eles na epoca.
Em 72 eles se mudaram para o Rio para expandir o negocio em sociedade com Zé Alberto Catarino, deixando um grande buraco na Bahia.
No Rio patrocinaram o Bocão, já como JL Surfboards, pela primeira vez uma marca de prancha patrocina um surfista com remuneração.
Jorge morreu queimado enquanto shapeava e com isto a JL terminou, pois ele era a alma e a motivacao da fabricação das pranchas.
Na foto, uma bela homenagem a ele na 1 Brasil Surf em 1975.
A familia de Seu Gabriel Moraes e a Haty serão sempre lembrados com muito carinho , saudosismo e reverência por todos os surfistas daquela epoca.
Fiquem em paz muito axé e aloha!




segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Lapo Coutinho



Esta postagem tem um sabor triplamente especial.
A primeira, é que á partir de agora Lapo vai nos fornecer informações sobre os Icones do Surf na Bahia.
A segunda, é que Lapo tem um dos maiores curriculos do surf brasileiro.
E finalmente, porque é um grande e antigo amigo, a quem tive o prazer de conhecer em Salvador, em 1973.
Ai vai um pequeno resumo do grande personagem que ele é:
Extraido de texto de Gabriel Macedo no www.surfbahia.com.br:

Seu início foi em 1967, na praia da Onda, em Ondina.
Seus parceiros eram os surfistas de Ondina e Rio Vermelho (Paciência), nomes lendários como Sérgio Sallenave, Jorge, Fredão, Deca, Cly, Jairo, Thor, etc. Garotos de 10 a 15 anos que no futuro colocariam seus nomes na história do surf baiano.
Em 73 começou a Musa Surfboards, fazendo quilhas, depois se tornou laminador junto a Buga e os shapers Bráulio e Tarquinio Guelez. A Musa foi a maior fábrica de pranchas do nordeste por muitos anos.

Sua primeira vez no Hawaii foi no inverno de 75 / 76.
Em 1981 partiu para o Hawaii definitivamente, só voltou ao Brasil em 89. Morou um ano em Maui e depois no North Shore de Oahu.
Virou o embaixador do surf brazuca. Nomes importantes do cenário nacional freqüentavam a sua casa.
Logo se tornou um excelente big rider. Waimea, Avalanche e Himalaia, vários mares no limite da remada, 20 a 30 pés.
Nessa época fez algo impensável até para os dias de hoje: fechou um campeonato em Pipeline só para brasileiros, O Brazilian Nuts, em março de 88.
Em 1990, voltou à Bahia e fundou a primeira escolinha de surf em Ilhéus.
De volta pro Hawaii em 96, esta lá até hoje.
Foi um dos pioneiros no tow-in junto com Sheena.
Ensinou surf em várias escolinhas em Honolulu e no North Shore; salva-vidas no West Side; eleito por quatro vezes o melhor juiz do Hawaii, de 98 a 2001; técnico da equipe havaiana em dois mundiais da ISA; juiz do WCT e WQS há sete anos, do Eddie Aikau e dos eventos de tow-in, foi chamado para ser head-judge da primeira etapa do circuito mundial de tow-in.
Pai de três filhos - Charles Coutinho, que nasceu no Hawaii e é shaper, ; Lapo Gabriel Coutinho, jovem competidor; e o caçula Manahere Samuel, que mora no Tahiti.
Nas fotos, Lapo em waimea e Chuns Reef.

Um cara como esse tem que ser aproveitado de todas as formas, e nós somos previlegiados por tê-lo como nossa fonte de informações sobre os baianos e outros surfistas em geral.