Chegamos á conclusão que por mais que se procure aumentar a performance das
pranchas de onda diminuindo a largura, elas continuam largas demais, mesmo
dep...
sexta-feira, 5 de setembro de 2008
Penho
Penho é outro cara que pouca gente conhece e foi fundamental na cultura surf.
Depois que o Parreira começou a fazer pranchas, a coisa não mudava muito, tinha as pranchas importadas, caras, dificeis de conseguir, em geral dos riquinhos e dos gringos da Escola Americana.
E as Surfboards São Conrado, do Parreira, que eram boas, só que eram mais feias que as gringas porque usavam poliuretano marrom, as gringas eram de Clark Foam branco.
Um dia eu conto mais sobre o Clark, que ficou meu amigo.
Estas pranchas eram acima de 10 pés, 10'4" era um tamanho chique, 9'8" já era mínimo.
Eram grossas, largas, estáveis, flutuavam pra caramba, quase como as Stand Ups de hoje.
De repente, Penho volta do Havai com uma prancha 7'4", (não tenho certeza do tamanho), fina, estreita, sem flutuação, pintail, violeta em baixo e roxa em cima. Ninguém entendeu nada.
Imagina como devem ter sacaneado o Penho. ele aguentou firme, era um ET.
Eu lembro de estar no Arpoador, no pontão, me sentindo o máximo sentado na minha Hansen 10pés noserider, quando o Penho veio remando perto da pedra, afundado na água, eu achei que fosse um cara de tabuinha, uma prancha de jacaré de peito que se usava na época.
Depois de umas duas ondas eu sai de dentro dágua para ver o que ele estava fazendo, e de uma hora pra outra meu mundo mudou.
Aquilo é que era surf, o que a gente fazia ficou pré-histórico.
Em quinze minutos eu não queria mais minha prancha, ela tinha ficado obsoleta.
Nunca vi em minha vida uma transformação tão rápida de paradigmas.
O Penho tem todo o mérito por esta mudança. Foi muita coragem.
além disto, ele trouxe do Havai as primeiras noções técnicas de como se shapeava uma prancha, trouxe a primeira plaina Skil, enfim ,os rudimentos da técnica de fazer prancha.
Depois disto foi o primeiro cara a morar em Guaratiba, depois em Saquarema, onde tinha uma casinha de onde dava pra ver o pico.
Era um privilégio ficar hospedado lá, Penho era (ainda é) o maior hermitão.
Continua em Saquarema.
As fotos são do Tito (do carro), e do Eduardo Borgeth, as outras duas. A da oficina é importante, mostra Penho em 69 descascando longboards pra fazer pranchinhas, em sua oficina da Pacific Surfboards.
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2 comentários:
Me lembro do Penho, retornando a 1a vez do hawaii, estava no arpoador e cada vez que ele remava para entrar na onda ele gritava KAHUNA, é marcante o ter conhecido o amigo Penho, por seu carater , comportamento e claro por seu espirito no Surf
meu abraço ao amigo
boas ondas
Livio Bruni Junior
O Penho eu tambem tive o prazer de conhecer um cara muito gente boa. Ele tambem e oceanografo que nem eu. e quando fui pra saquarema pra surfar no invernao. Ele me deixou acampar no quintal da casa dele. O cara e muito gente boa. Ele conheceu a minha familia e eu a dele. E quero voltar la pra reve-lo. Ele e uma lenda do surf brasileiro e o Brasil deveria valorizar mais a historia do esporte aqui no Brasil.
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