quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Joãozinho Príncipe


Quando eu conheci o João, ele era um moleque magrinho, louro, de cabelos quase brancos, olhos azuis, bem cara de europeu, que ia sempre ao Arpoador com dois caras bem gringos também, com forte sotaque italiano, o Marcello e o Giácomo.
Era uma turma extranha, eles vinham sempre de motorista, com altas pranchas, mas eram caras súper simples, gente boa, e a gente não prestava muita atenção em quem era quem naquela época.
Depois descobrimos que os dois italianos eram condes, e apelidamos o joão de princesa, achei que por ser angelical, nunca prestei muita atenção no fato.
Tempos depois, estava em Imbituba com ele, e notei que os Catão, sempre tão esnobes, ficavam bajulando o João.
fomos andar de lancha, ele levou uma máquina de filmar, daquelas que tinha uma bolsa de couro pra carregar, e na bolsa tinha o nome dele gravado numa tira de plástico colorido .
Eu estava sentando e ele de pé, a bolsa na altura da minha vista, e sem prestar muita atenção comecei a ler o nome que estava gravado nela.
Caramba, o cara tinha todos os nomes que eu estudei nas aulas de história.
Era família real de todos os lados. devia ter uns 10 nomes, todos conhecidos. Eram várias linhas de plástico colorido, todas cheias de nomes. Ai é que me dei conta que o cara era príncipe mesmo!
Muito depois descobri que o pai, com medo que tirassem dele o direito de usar o titulo de principe, registrou o garoto como Principe Dom João Henrique de Orleans e Bragança e etc...
últimamente, só de sacanagem eu o chamo de Principe Dom, este é seu primeiro nome, ha,ha....
Joãozinho era comédia, sómente o surf carioca pra ter um príncipe como ele, simples, doidaço, com um cabelo enorme, mas elegante, fiel, bom amigo.
Agora ficou sério, até rei tentou ser, mas quando estamos sózinhos, é o Joãozinho de sempre.
Nesta foto, João, Proença, Rose e Bento em Saquarema.

Um comentário:

Anônimo disse...

Eu conheci o João Príncipe e ele era esse cara divertido e simples que você disse. Numa volta de Imbituba, peguei carona com ele, que hospedou-se na casa do meus pais, em São Paulo. Depois minha mãe passou uns dez anos lembrando a todos conhecidos dela que hospedou o príncipe em sua casa(rs ).

De lá fui com ele para o Rio e hospedou-me no apartamento real, onde tinha um corredor de uns 30 metros, com toda família Real retratada,uns 20 quadros. No quarto dele a melhor coleção de discos que já havia visto. O Joãozinho levou-me pra surfar na praia do Pepino e me diz como é que fazia para pegar aquela onda super cavada ...

Lembro também do Bento Catão, que morava naquela mansão em Imbituba, com a Rose e o flho dela pequeno.

Bento que tinha uma Rural Willys e andava como ninguém no areião daqueles points afastados.

Só ele conseguia passar por lá:

o carro ia a uns 5 por hora, as rodas girando em falso e seguindo em frente, pela manha que ele tinha em controlar o acelerador e não deixar o caro parar.

Quanto surfista o Bento hospedou em sua casa, inclusive eu, embaixador do surf em Imbituba que era.

Sem falar da caça submarina que fazia, trazendo altos peixes. De esnobe ele não tinha nada. Um cara muito alegre, sociavel e generoso com todo mundo.

Passei seis meses seguidos em Imbituba, lá nos idos de 1973, e lembro bastantes do Bento e família, e a sonzeira que rolava lá.

Roberto