segunda-feira, 27 de julho de 2009

O Surf virou moda!




Texto do Irencyr Beltrão ( Barriga)


"O Arpoador era referencia, lançou moda e formava opiniões.

A primeira geração de pranchas foram as "portas de igreja" .
As manobras eram dropar e cortar, os surfistas endeusados eram Jorge Americano, Gilberto Laport e Paulinho Macumba.
A segunda geração foram as madeirites de compensado naval quando já se pretendia ficar no ponto mais critico da onda e eram esboçadas algumas manobras para se manter nas paredes das ondas.
Aí se formou uma turma enorme, os que migraram da porta de igreja para madeirite, e os novos como Mucio, Ronaldo, Barriga, Paulo Salsicha, Bruno Hermani, Charuto, Galdino, Mudinho, Rico, Tito Rozemberg, Betinho, Mario Bração e o Piui, Cyro, Tuty Canud, Ronald Maisa e outros .....
Apareceram surfistas artistas como Marcos e Paulo Sergio Vale, e as surfistas mulheres, Fernanda Guerra e Maria Helena.
Nós ficavamos deslumbrados com fotos de revistas e filmes, com as pranchas de balsa e fibra, tinhamos que tentar fazê-las, o primeiro a arriscar foi Arduino.
Eu e um garoto que morava na San Romã (o Perseguição) estávamos quase que ao mesmo tempo shapeando nossas pranchas também.
Conseguimos comprar blocos de isopor mais denso,colamos longarinas de madeira com comprimento de 10 pés.
Arduino fez 2 cavaletes e montou na praia do Arpoador ao lado da antiga estação de rádio, por ser mais protegido do vento leste, ali ele foi fazendo tudo, desenhou a forma, cortou o contorno e com ralador de coco foi dando o shape da prancha.
Comprou tela de fibra de vidro, e então começaram os testes, o problema é que a resina poliester derretia o isopor.
Alguém deu a ideia, porque vcs não vão na "Bayer", eles tem resinas e poderão ajudar.
Eu e Arduino fomos muito bem atendidos e nos deram uma aula, poderíamos isolar o isopor com epoxy e depois sim fibra e poliester, e até usar qualquer tipo de fibra sem ser fibra de vidro, como algodãozinho ou canhamo.
Compramos alguns galões de epoxy e voltamos felizes.
Como a prancha do Arduino estava mais adiantada, acompanhamos na praia o desenrolar do projeto, depois de isolado foi feito o revestimento de fibra e poliester, a cada rajada de vento com areia, papel de sorvete, gravetos grudava na obra prima do Arduino.
A resina não secava, não sabiamos como fazer, imaginávamos que com o tempo secaria (sic..). Após a fixação da quilha realmente parecia uma prancha de surf (visto de longe).
Bem, era melhor deixar no sol para secar.
A minha prancha estava na sala de jantar da casa de meus pais, apenas o isopor e a lomgarina colada, não sabia ainda que contorno daria, a do Perseguição laminando mas não estava pronta ainda.
A do Arduino prontinha só que não secava e tinha varias coisas grudadas nela.
Neste ponto apareceu um gringo tentando surfar com uma madeirite emprestada, as condições não era das melhores, estava ventando um pouco de sudoeste.
O Arduino que falava bem inglês se aproximou, começaram a conversar, o cara tinha vindo do Peru, surfou lá e veio para o Brasil por Sta Cruz, Mato Grosso. Foi para o nordeste e veio descendo a costa para ver se tinha potencial de surf até chegar no Rio. Foi para Copacabana e lá viu um garoto carregando uma madeirite, ele seguiu o garoto e chegou no Arpoador.
Era o PETER TROY.
Tinhamos visto no noticiario do jornal no cinema Roxy um campeonato em Biarritz na França em que o Australiano Peter Troy tinha ganhado o campeonato.
Era ELE!

4 comentários:

Felipe Siebert disse...

bela história... consigo imaginar perfeitamente as cenas das pranchas sendo feita...

Anônimo disse...

senti falta de maencionarem o rafa gonzales, e vale a pena resaltar que os pareos das meninas eram feitos pelos dois charutos e sua irma eliana

paulo jose disse...

para ser lenda alem dos cabelos brancos temos que ter a real espiritualidade da coletividade do suerf. Parabens Kaneca. desde Santos Brasil paulo jose revista quebramar praia e surf

revista quebramar praia e surf disse...
Este comentário foi removido pelo autor.