terça-feira, 11 de agosto de 2009

Lendas do Sul-André Johannpeter





OS EVENTOS DA GURIZADA

O veraneio se resumia em surfar e se preparar para o surf.


O surf cresceu rápido na Guarita, tinha um molhe de pedras separando Itapeva, e ainda não existia o leash, então o evento era assistir um surfista cair e perder a prancha que vinha arrastando tudo e todos que estivessem pela frente.

O pessoal hoje não tem noção disso, exigia saber nadar bem, porque sempre voltavam nadando para a praia, não havia outro jeito, era normal cair, ninguém tinha controle daquilo e as pranchas deixavam a desejar, afinal, estavam todos aprendendo.

Este é um dos fatos que marcaram aquele início, pranchas indo parar nas famosas pedras dos molhes e quebrar, consequentemente era preciso remendá-las.

O melhor do surf sempre era na parte da manhã, e a tarde quando entrava o nordestão de verão que tornava o surf impraticável, ia todo mundo à ferragem comprar tecido, resina e cobalto, logo depois iam parar na garagem para consertar as pranchas, tudo era um programão para a gurizada, já fazia parte do preparo como um ritual.

Eles mesmos remendavam, sempre tinha o amigo habilidoso, e colocavam pigmento para o remendo não ficar feio, tinha remendo de 20/30 centímetros, igual a um tubarão mordendo aquelas pranchas. E assim os dias de verão se passavam em função do antes e depois do surf, era uma turma que surfava e iam juntos em tudo.

Outra atividade dessa turminha era preparar a parafina, eles compravam aqueles blocos, derretiam o diabo da parafina quente e depois pincelavam a prancha, e aquilo deixava uma camada que agarrava bem, até que ficava bom, mas era um crime. Só existia parafina e vela, mas vela não funcionava então, o jeito era improvisar com o que tinha.

O APOIO DAS MÃES

Torres era uma praia relativamente pequena nos anos 60, as mães eram amigas e se revezavam para cuidar e dar carona para essa gurizada, a Luiza, mãe do Alemão Caio, vinha num Jipão e levava a turma, a Érica, mãe do André, a Marília, mãe do Massa, e outras mães também participavam dessa rotina, e ninguém queria sair da praia, às vezes passavam o dia inteiro surfando, o maior limitador era o sol do meio dia, obrigava o pessoal a ir embora, mas voltavam depois das quatro, e essas mães tinham o papel fundamental de levar e trazer, foram grandes incentivadoras, e também porque elas gostavam daquele movimento todo de pegar uma prainha.

Alguns nomes da gurizada

Os irmãos Massa, Pingo e Leonel Obino, o Ziza e o Marcelo Mottin “Negão”, o Carlos, o Kito que era um pouco menor, o Claudio e o Cristiano Johannpeter, o Dado Bier que era um pouco menor, o Titino. Tem muita gente...

Legendas para as fotos

Foto: Massa na Guarita de macacão quem quem e pranchinha forrada com tecido, os dois tinham a função de proteger a barriga das assaduras

Foto: turminha em Torres – Muito pioneiras, a coragem das mães deixarem esses piazitos surfarem naquela época.


4 comentários:

Tom Veiga disse...

Matéria animal, gostei muito doconteúdo do blog também...

surfe no sul disse...

Obrigado Tom, este material faz parte do Livro origem Surf no Sul, que será lançado em breve...Abraço Cris

Anônimo disse...

Por favor entre em contato com
wladimir
meu email: wladimirspinto@msn.com
estou organizando 3 exposição do Museu do Surf de Imbituba gostaria que me enviasse algumas fotos para expor
grato pela atenção
wladimir S Pinto

Anônimo disse...

wladimir S Pinto, este material não está a disposição para exposições sem a minha autorização, ele faz parte do acervo do livro Origem, que vc sabe que estou produzindo, e eu não autorizo o uso das imagens. Qualquer dúvida por favor entre em contato por email.
Grata,
Cryz Engler